Mártires


"Em primeiro lugar, eu acho muito difícil alguém morrer para algo que ele nem vive. Ou, em outras palavras, eu acho muito difícil alguém morrer por Jesus, quando este alguém nem vive por Ele. Será que achamos que seria mais fácil morrer em vez de viver? Aqueles que morreram como mártires no passado, viveram vidas tão radicais e separadas por Deus que acabaram sendo assassinados. Eles viveram o que acreditaram sem vacilar e por conseqüência morreram. Isto não é uma questão de: “o que veio primeiro, a galinha ou o ovo?”. A vida dos mártires vivida para Deus, veio bem antes. E o fato de recusarem renunciar Jesus ou mudarem de vida, resultou em mortes. Por isso eu questiono a realidade de: um povo que vive em pecado, misturando com o mundo (de uma forma que é difícil saber quem é quem), falando em morrer por algo que eles mesmos mal vivem. Se alguém tem “esperança” em dar sua vida por Jesus, ela começa no dia-a-dia, sendo obediente, evangelizando e vivendo em santidade. A coisa está meio ridícula e banal... Tantas pessoas vivendo suas vidas por si mesmas e os seus prazeres, e mesmo assim, berrando e chorando sobre algo que é mais longe das suas vidas do que a própria lua. Quem é mártir não fala sobre o negócio, ele vive.Em segundo lugar, será que alguém realmente vai precisar morrer aqui no Brasil pelo evangelho? Meu amigo! Estamos bem longe disso. Hoje em dia, o evangelho é tão diluído nos púlpitos que está sendo pregado que, ninguém nunca vai se ofender (muito menos querer matar alguém). Enquanto ninguém falar de pecado, inferno ou confrontar os pecados da nossa sociedade (que temos o costume de chamar de cultura), tudo vai bem. Mas a hora em que alguém ficar em pé e começar a gritar sobre os pecados culturais que toleramos e até deixamos entrar em nossas igrejas (namoro, materialismo, etc), talvez vamos ter a oportunidade de ver alguém mesmo morrer por Jesus aqui. Mas por enquanto, vejo pouco disso. Ainda que estou esperando uma geração profética se levantar (que até agora não se levantou e não existe senão “pela fé”), não vejo muito isso.Enquanto ser crente for moda e os crentes forem cômodos, será difícil imaginar mártires. Esse papo acaba somente sendo uma boa ilusão, desculpa para chorar e se emocionar com a galera que para mim é meio estranha. Realmente o que a igreja do Brasil precisa não é de mártires, mas precisa acordar e ver que tudo não está bem, que avivamento não está acontecendo e nem aconteceu - independente das palavras lindas que saíram dos púlpitos. E que tudo não está bem, independente do sentimento enganoso - que é resultado de muitos ensinamentos falsos que estamos ricos, prósperos e abençoados, mas não estamos nada disso. Pois se nós pararmos a sós por um momento vamos ouvir a voz do Espírito falando: “Você é pobre, cego, e nu”. Brasil é uma nação abençoada por Deus, mas também eram abençoadas muitas outras nações. Essas não souberam apropriar as benções de Deus, não agradeceram a Ele, não o obedeceram e acabaram sofrendo um julgamento divino em vez de um avivamento verdadeiro. O negócio de ser mártir é sério demais; é o sangue deles que chama pelo Senhor, são à eles que Deus vai vingar. Ser mártir é sério e real, tanto quanto avivamento. Vamos fazer questão de não banalizar algo lindo por necessidade de ter algo a mais, uma nova onda. Em vez de pegar essa onda, vamos deixar nossas pranchas no depósito e fazer questão de primeiro viver por Ele. E se por acaso vier à hora que temos que morrer poderemos falar: “vivi e agora morrerei por Jesus”
(Pr Jeff Fromholz)
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Que saibamos ao menos VIVER para Cristo!
Cris Araújo