Estava lendo um livro (A evolução do texto publicitário) e lá encontrei a preciosidade do poema (Eu, etiqueta) de Carlos Drummond que de certa forma, vesti a carapuça!
Trecho do poema
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Trecho do poema
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Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comprazo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.......
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa
Resumia uma estética......
Hoje, sou costurado,
Hoje, sou costurado,
Sou tecido,
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados......
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
....Mesmo sem perceber, o indivíduo hoje é um prisioneiro do mercado e seus relacionamentos só são mediados por coisas, e não por sua “identidade”. As pessoas se digladiam ou se matam de trabalhar para adquirir, no fim do ano, o último modelo de carro, relógio, celular, badulaques para os filhos, ou presentes para os amigos, mesmo que “ocultos”. É uma espécie de cegueira coletiva, e os olhos só enxergam as vitrines ou anúncios dos outdoors. Tornamo-nos “cegos”perante uma sociedade que nos impõe o q vestir ,o que calçar e até o que comemos;é o andar sempre na moda,tornando-nos implicitamente “propagandas”. E onde está Jesus nisso tudo?
Cabe a você essa reflexão!
Melissa Malard.
1 comentários:
goostei demais do post !
3 de maio de 2008 às 18:10ta otimo =)
beijao,
rita !
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